Soneca canina

Aos finais de semana a vila é cheia de turistas, mas entre segunda e sexta-feira a calmaria e a preguiça dão o tom. Até o cão-de-guarda pode se dar ao luxo de uma soneca.

Parceiros de labuta

As ferramentas abandonadas nas bancadas mostram um pouco das mudanças sofridas pela vila. Foram-se os trens e com eles os trabalhadores que utilizavam tais ferramentas.

Emoldurados

Onde um dia houve portas, hoje há só o vão que emoldura os passantes. Já acostumados às ruínas, nem dedicam um olhar aos tijolos que tentam se manter em seus lugares.

Incerteza do caminho

De luto na luta

Ao mesmo tempo que esta é uma fotografia extremamente simples, ela pode ser representativa e carregar uma força imensa. Esta é a janela de uma casa na Rua Campos Salles que está abandonada. Com a janela arrebentada e vidros quebrados, o que permanece é um antigo adesivo com os dizeres "Celso Daniel - De luto na luta - Justiça é o que queremos".

Adesivos como este foram distribuídos em Santo André na época do assassinato do prefeito Celso Daniel. Crime que até hoje - passados quase oito anos - continua mal explicado.

Celso Daniel foi o político andreense que mais lutou por Paranapiacaba, sendo o responsável pela compra da vila e pela implantação de projetos turísticos no local. Tanto o crime quanto a vila parecem sofrer do mesmo problema: o esquecimento pelo poder público.

O livro

A imagem abaixo é a capa do meu livro-fotográfico que finalmente está pronto! O livro traz 91 fotografias selecionadas de cerca de 1.180 tiradas em 16 visitas à vila de Paranapiacaba. Que essa seja a chave para minha carreira profissional como repórter-fotográfico!

Assim como Deus

Dona Anésia dá forma à argila que, depois de cozida no forno, ganha cores e vida. Assim como deus fez.

Levando a fé

Com arco-íris nos dedos

Zé Carlos, ex-funcionário de ferrovia, trocou a sujeira da graxa das máquinas pelas cores da tinta com que pinta azuleijos.

Chagas do passado

Pau-da-Missa

Árvore centenária que era usada como meio de comunicação entre os moradores da vila. Avisos importantes eram fixados no tronco da árvore para que todos pudessem ver. Hoje sobrou alguns pregos enferrugados como chagas abertas na madeira.

Bem-vindo à minha viagem!

Olá!
Criei este blog para publicar algumas das fotos feitas durante o processo de produção do meu Trabalho de Conclusão do Curso de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo. O trabalho tem orientação do fotógrafo Adi Leite. O resultado desse trabalho será um livro-fotográfico onde tento mostrar Paranapiacaba através das marcas, ações e pessoas que vivem na Vila em três aspectos: passado, presente e futuro.

O passado é a história da Vila. Suas casas de madeira úmidas, vermelhas, seu ferro também vermelho de ferrugem e seus habitantes, com suas memórias, histórias, lembranças e saudades.

O presente é o resultado do passado. As transformações sofridas e geradas pelas necessidades da vida - como as novas profissões exercidas pelos ex-ferroviários -, o dia-a-dia das pessoas que vivem com a cabeça no século XXI e os pés no século XIX.

O futuro é sempre incerto. E assim também é na Vila que nasceu graças à via férrea e que hoje não recebe mais os passageiros dos trens. O futuro são as crianças da vila e também aqueles que acabaram de chegar encantados pelas belezas e pela história de Paranapiacaba.

Tome seu lugar no vagão e curta a viagem!